14/12/2007

Caiu a CPMF, começou o chororo !

Nem bem caiu a CPMF, já começou o chororô dos governistas, e também por incrível que pareça da maioria dos nossos governadores, entre eles dois presidenciáveis, Serra e Aécio Neves.

Meu pai que D'us o tenha, me ensinou que no fracasso procuremos em nós mesmos os motivos para a nossa derrocada, e não nos outros, mas o que vemos no episódio CPMF por parte do governo Lula, é a procura na oposição, e nas entidades como a Fiesp/Ciesp e outras que se ajuntaram em apoio ao fim desse imposto nefasto, e sobre elas colocar o peso de sua derrota, sem levar em conta que a maioria do povo brasileiro era contra a continuação da mesma.

Quero discorrer um pouco sobre a decisão do Senado, em não aprovar a emenda constitucional que manteria a cobrança da CPMF por mais quatro anos, e os desdobramentos sobre o episódio. Tenho lido e ouvido muito a respeito da reação do governo Lula à sua primeira derrota importante, e confesso que algumas coisas são bem pláusiveis de se tornarem realidade, vinda de quem vem. Quem conhece Lula intimamente sabe que ele não gosta de ser contrariado e sempre procura alguém para culpar disso ou daquilo, se for um amigo, o erro é logo perdoado, se não for como é esse o caso, ele veste a pele de vítima das elites, da inveja e das teorias conspirátorias, e envolto em seu personagem já prepara o contra ataque. Aos empresários do Brasil e principalmente de São Paulo já se cogita uma mega operação fiscal, o sistema S a qual faz parte a Fiesp será questionado em o porquê de sua existência, Paulo Skaf certamente será um dos homens mais perseguidos desse país, e todos ligados a ele direta ou indiretamente também sofrerão do ataque, conhecendo bem o PT, de todos os tipos inclusive a honra, a ética nos negócios e por aí vai. Quanto aos 40 bilhões a menos na arrecadação, o governo através de seu competente ministro da Fazenda Guido Mantega já fala em aumento da Pis, Confins, CSSL, mas nenhuma palavra a favor da contenção do gasto público, administrar os recursos com lisura, diminuir a máquina, choque de gestão nem se cogita.

O momento é ímpar, 200 bilhões de reserva, PIB crescendo, risco país em baixa, empresas investindo, emprego em alta, governo bem na foto, tudo favorável para reformas que o país necessita, mas nenhuma palavra sobre isso, e já se começa a ser cogitada a reedição da CPMF com novo nome no começo do próximo ano, num acordo governo-oposição.

Permito-me a sonhar um pouco, poderia se produzir com os dados acima várias reformas, começando por uma reforma tributária de verdade, federalista, onde os impostos seriam rateados de maneira que a maior parte ficasse onde as pessoas nascem e morrem, ou seja, nos municípios e estes passariam a serem responsáveis pela administração da segurança, da saúde e da educação. Obrigados por força da Constituição, a empenhar e gastar grandes percentuais do orçamento nos itens acima supra citados. Continuando no campo dos sonhos uma reforma política, onde poderíamos ter a fidelidade partidária adotada, e quem sabe até o parlamentarismo, outra reforma necessária é no judiciário e nas leis, que deveriam se tornar severas contra a corrupção, que é o Câncer do Brasil hoje e sempre. Corrompidos exonerados, corrompedores impedidos de prestarem serviços e venderem seus produtos para o governo nas três esferas durante sei lá uns dez anos, cadeia para colarinho branco, fim da imunidade parlamentar e foro privilegiado, condenado em primeira instância, direito a recurso sim, mas cumprindo a pena.

Sei que tudo isso é só sonho, quem tem o poder da caneta hoje, não produzirá uma mísera ação de melhora para com essa nação, são todos usurpadores, bandidos, aloprados, quadrilheiros, mensaleiros, assassinos de sonhos e traidores da Pátria.

Escrevo isso não para desanimar ninguém, mas para que essa mensagem encontre homens e mulheres de bem dessa nação, e que uma vez compartilhadas as mesmas idéias, aglutinem-se as pessoas, as organize cada vez mais e mais, e então juntos poderemos exigir limites e deveres aos nossos eleitos para que o brasileiro deixe de ser de segunda categoria e passe a ser de primeira, vivendo do seu trabalho, sem esmolas, ou pseudo ajudas governamentais.

Mario Arone

13/12/2007

Caiu, caiu a CPMF ...

Caiu, caiu a CPMF ! Depois de meses de luta de várias pessoas, milhares de e-mails aos nossos grandes senadores, abaixo assinado organizado pela FIESP, uma defesa brilhante de Paulo Skaf contra esse perverso tributo, não só pedindo o fim, como também apontando os caminhos para o governo viver sem o mesmo. Resta ao governo ser humilde e aceitar os conselhos ora apresentados pela entidade, como outros por vários setores da sociedade.

Quero dar os parabéns a uma parcela do Senado brasileiro, que mesmo não sendo a maioria rejeitou por força de lei, a cobrança da CPMF que foi oriunda num momento necessário, com finalidade e dia para acabar, e que nunca foi aplicada com justiça desde o momento de sua criação, até os dias de hoje, e tentava se perpetuar em nossas vidas, de novo obrigado Senado.

O Jogo político é esse, um dia se ganha outro se perde, hoje perdeu o irresponsável governo e ganhou o Brasil. Eu espero que esse gosto de mobilização não desapareça e ajudemos através da voz rouca das ruas que o Senado nos ouça também e rejeite à Venezuela no Mercosul, ao menos por enquanto, que ao que parece não cumpri a cláusula de democracia.

Mario Arone