10/12/2008

Carta ao STF

Excelentíssimos ministros da mais alta corte do Brasil, primeiramente peço desculpas pelo meu péssimo português e também por minha total ignorância na tratativa com vossas excelências, mas não posso no dia de hoje apesar de ser um “vira lata” de me dirigir a tão honradas senhoras e senhores, importantes, poderosos, guardiões da constituição e das leis, votos de Minerva em questões tão importantes e que ditam e ditarão o nosso futuro, e é sobre o futuro que gostaria de dirigir alguns questionamentos as vossas senhorias, perguntas que não conseguem calar dentro de mim.

No dia de hoje, como é de conhecimento da nação, foi retomado o julgamento do mérito da questão da reserva indígena, e numa estranheza depois de pedido de vista do excelentíssimo ministro Marco Aurélio de Mello, normalmente esse pedido deveria interromper imediatamente o julgamento do mérito para data posterior, não, prosseguiu-se os votos em separado de alguns dos ministros do supremo, todos a favor da demarcação de terras contínuas e que norteara todas às reservas daqui para frente.

Apesar dos apelos de grande parte dos índios de Roraima ao menos a metade contra a demarcação, apesar de políticos do quilate do Senador Mozarildo Cavalcanti, do Governador José de Anchieta Junior e também do Senador Augusto Botelho, todos contra a demarcação da reserva em faixa contínua, apesar do nosso mais alto e graduado militar comandante da Amazônia, General Augusto Heleno ter alertado para fatos gravíssimos, todos conhecedores profundos dos desafios da região amazônica, apesar da maior reserva do Nióbio que se tem notícias no planeta terra, apesar das reservas de Urânio, do Ouro, de outros tantos minerais, das águas, das florestas de valores incalculáveis, apesar da concentração de forças especiais de governos da Holanda, da França, da Inglaterra, da ativação da 4ª frota americana do Atlântico Sul, apesar das milhares de ONGs estrangeiras operando na Amazônia com diretrizes desconhecidas mapeando nossas riquezas, apesar da fraude antropológica para criação da reserva, apesar de todos os motivos expostos acima e tantos outros apresentados, o plenário decidiu ignorá-los e outorgou-se ao que tudo indica a reserva indígena Raposa Serra do Sol.

O Germe da Secessão está plantado e agora homologado, vossas senhorias devem entrar no hall da história como grandes “heróis” e sob vossas gerações futuras devem estar atrelados à responsabilidade do desmembramento do Brasil, quando nações mais poderosas tutelarem a grande nação indígena do Sul. O ministro Menezes Direito ao proferir o seu voto argumentou que isso é impossível que se ele admitisse isso, estaria admitindo a falência do Brasil. Excelentíssimos ministros não sei em qual Brasil vossas senhorias vivem, mas o que eu vivo não há qualidade na educação, no atendimento médico, na segurança pública e agora na segurança jurídica também. Não citarei nomes, mas um outro grande comandante das Forças Armadas brasileiras, que ouvi em uma palestra afirmou que se o Paraguai invadir o Brasil, em três dias estarão em São Paulo, dada a nossa fragilidade, mas os senhores vivem em outro Brasil, o que eu vivo e a grande maioria dos vira latas estamos falidos, e na contra mão do povoamento das fronteiras, nós vamos convidar alienígenas para povoa-las, já acontece. Quem viver verá.

Muito obrigado e novamente desculpem-me.

Mário Arone